Eu aceitei estar com você, e até certo ponto omiti minhas vontades para satisfazer você. Ignorei as truculências diárias por achar que em algum momento, tudo iria mudar, mas muita coisa mudou, menos você e o seu medo em perder "poder". Sua vontade louca de ter controle sobre mim, aquele controle que você nunca teve sobre si mesmo, não permitiu que você descarregasse em mim socos e pontapés.
Mesmo me culpando o tempo todo por não ter enxergado logo de início toda a sua covardia, eu sei que no fundo a culpa é somente sua, porque os atos desproporcionais da sua agressividade de forma alguma correspondem a algum possível erro meu. E sobre os meus erros, nenhum deles permitiu que você descarregasse em mim socos e pontapés.
Hoje percebo que a sua falsa autoridade nada mais é do que a expressão de um ego impotente que a todo custo tenta demonstrar que é forte, mas não é. Sua agressividade contra mim não é sinônimo de força, e sim o ladrar de um cão frágil e amedrontado. E o seu medo em ser o que é não permitiu que descarregasse contra mim, socos e pontapés.
Cada vez que apontou seu dedo indicador para mim, condenando-me e estipulando as regras as quais eu deveria seguir, outros quatro dedos apontavam para você. Não perdoarei você pelo que fez comigo, mas perdoo a mim, por ter feito uma péssima escolha e ter continuado com ela. Seus socos e pontapés deixaram-me marcas por todo o corpo, mas eu as utilizarei para fortalecer em mim o que jamais esteve dentro de você, amor-próprio e autoconfiança. Amarei a mim mesma todos os dias.
Sim, este texto foi escrito por um homem.
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